Cravo doce, doce cravo
que mordisquei em Abril
só tu adoçaste o travo
da minha boca febril
Festivo cravo vermelho
alegre, feliz, contente
tu conseguiste ser espelho
da alma de muita gente
Se não fosse, se não fosse,
a tua doçura, cravo,
Portugal não era doce
nem deixava de ser escravo
Tu que quebraste algemas,
tu que adoçaste amarguras,
não há não, não há poemas,
p’ra cantar tantas doçuras.
João de Oeiras