Abril 21 2009

 

Jorge Rosa, artista plástico multifacetado, com uma obra invulgarmente extensa, considerando os variados campos da arte a que se dedicou, nasceu a 8 de Março de 1930 e morreu a 9 de Agosto de 2001
Frequentou o curso de artes decorativas, da extinta escola António Arroio, com o objectivo de prosseguir os estudos na Escola Superior de Belas Artes.
Aos 18 anos começou a distinguir-se pelo elevado valor artístico dos seus trabalhos de desenho, a crayon de nus artísticos e animais e a tinta da china de obras de religiosas como a Descida da Cruz, Cristo Crucificado e as fachadas de igrejas e monumentos de Lisboa apresentando já, na opinião dos seus mestres, uma elevada qualidade e rigor de pormenor.
Aos 20 anos com a morte de seu Pai, sendo o mais velho de 6 irmãos, foi obrigado a abandonar os estudos para conjuntamente com uma irmã, que tomou igual decisão, trabalhar para sustentabilidade da família.
Até à sua reforma, exerceu actividades sem ligação à arte, tendo sido funcionário administrativo de uma agremiação empresarial e depois a actividade comercial e de apoio à decoração de interiores, num grupo fabricante de mobiliário, com lojas de exposição e venda de mobiliário e artigos de decoração.
Contudo, jamais abandonou as actividades artísticas que sempre realizou em paralelo com a profissão, sistematicamente realizadas após o horário laboral, até altas horas da madrugada. Sempre dormiu pouco.
Ao longo de mais de 50 anos, dedicou-se ininterruptamente e simultaneamente, com singular maestria, às artes de: desenhador, maquetista, pintor, decorador, figurinista, cenógrafo e poeta.
Sendo um apaixonado pela cidade de Lisboa e da sua vida nocturna e particularmente dos seus bairros mais populares como a Madragoa, Alfama, Bairro Alto e Mouraria, onde se cantava o fado de que muito gostava, pintou magistralmente as sua casas, suas escadinhas e suas gentes, de que se destacam os quadros de casario, telhados e figuras típicas como as varinas, os fadistas e os vendedores de rua. Realizou dezenas de exposições individuais e colectivas, com centenas de quadros que produziu
Como maquetista, desenhou e pintou, programas de espectáculos, catálogos de exposições,  cartazes publicitários de montra e de parede de filmes, de peças de teatro, especialmente revistas do Parque Mayer, onde durante 40 anos então como cenógrafo, concebeu cenários e desenhou guarda roupas, tendo também colaborado com poemas.
Para as marchas dos santos populares dos bairros de Alfama, Madragoa, Mouraria e Carnide, desenhou arcos e produziu as letras das marchas, algumas das quais, também musicou.
Na televisão como cenógrafo e caricaturista colaborou em vários programas de que destacamos, em colaboração com Júlio Isidro,  “Festa é Festa”, “A festa continua”, “Amigos Disney” e Passeio dos Alegres” onde concebeu, cenários e decorações complementares e em directo caricaturou os convidados tal como no programa de Rui Guedes, “Rui Guedes ao piano”
Como caricaturista, a sua capacidade de apreensão rápida em poucos traços das características mais significativas de cada caricaturado, tornaram-no , sem dúvida, de longe, no caricaturista português preferido, com uma obra impar quer em qualidade quer em quantidade.
Entre os anos de 1950 e 2000 foi o caricaturista que produziu 90% das caricaturas de todos os livros de curso editados na zona da Grande Lisboa, cada um deles com dezenas de imagens.
Paralelamente, quase todos os artistas nacionais e muitos internacionais de teatro,
rádio, televisão,  cinema e fadistas, foram caricaturados por ele, assim como os  principais políticos após o 25 de Abril.
Como poeta, em parceria com os melhores maestros e músicos, compôs fados inesquecíveis que foram cantados por todos os fadistas de maior nomeada.
Sob pena de omitir músicos e fadistas, que tornaram os seus poemas populares e aos quais pedimos as nossas desculpas, referimos, como musicólogos: António Chaínho, Arlindo de Carvalho, Carlos Rocha, Domingos Carvalhinho, Domingos Camarinha, Ferrer Trindade, Fontes Rocha, Genny Telles, Jorge Machado, Martinho d’Assunção, Nóbrega e Sousa e Nuno Nazaré Fernandes; como fadistas: Ada de Castro, Anita Guerreiro, Beatriz da Conceição, Berta Cardoso, Camané, Carlos do Carmo, Celeste Rodrigues, Cidália Moreira, Fernando Maurício, Hélder Moutinho, Jorge Fernando, Manuel Fernandes, Maria Armanda, Maria Clara, Maria da Fé, Mafalda Drumond, Natalina Bizarro, Natalino Duarte, Natércia da Conceição, Pedro Moutinho e Tristão da Silva.
Os poemas que originaram fados, canções e marchas e que se encontras registados na Sociedade Portuguesa de Autores, rondam os 800, não considerando aqueles, e foram muitos, de que o poeta abdicou dos seus direitos autorais para oferecer aos seus amigos e amigas cançonetistas e fadistas.
Do seu enorme espólio artístico de pinturas, caricaturas e poemas, destacam-se cerca de 3.000 poemas inéditos que os seus herdeiros põem à disposição de todos os artistas que os quiserem cantar, alguns dos quais já foram escolhidos, após sua morte, por artistas consagrados como Maria da Fé e Pedro Moutinho um fadista da nova escola de fado, irmão dos fadistas Hélder Moutinho e Camané que, este mês efectuou o lançamento de um DVD com uma colectânea de fados, entre eles, um do artista.
 
João de Oeiras

 


Abril 21 2009

 

O Paulinho é um “enfant terrible”
No colégio que frequenta, até o “Pinóquio”, colega de outra turma mais alto e mais robusto, tem medo dele.
Na turma é o mais interventivo e é sempre ele que dirige os jogos e escolhe os parceiros.
Muitos dos seus colegas mudaram de turma enquanto outros abandonaram os estudos. E a razia foi tamanha que o autocarro para os transportar foi substituído por dois táxis um que transporta os alunos das ruas do lado esquerdo da escola e outro para os alunos das ruas do lado direito
As aulas de canto coral, ministradas no anfiteatro e dirigidas pelo Dr. Jaime, reúnem todas as turmas. Dentro em pouco vão ser escolhidos os alunos solistas de cada turma para formar o orfeão do colégio que irá em tournée por vários países da Europa.
Na turma do Paulinho que canta muito bem, sem dúvida a melhor voz, há ainda três colegas com iguais capacidades, o Nuno, o Diogo e a Teresa. O Paulinho com receio de perder a sua influência junto dos colegas do colégio, se for escolhido, tem vindo a tentar convencer a Comissão de Pais de que qualquer daqueles colegas é o indicado para integrar o orfeão como solista.
O Paulinho é uma grande cabeça!!
 
João de Oeiras
publicado por salfino às 22:12

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